sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Intolerância Reliosa, Preconceito relioso, exclusividade de verdades

Por que algumas pessoas acham que tem a exclusividade da verdade? Por que algumas religiões principalmente os protestantes que se dizem não ser de religião nenhuma mas seguem o Cristianismo portanto são adeptos da religião cristã, falam mal de outras crenças e religiões?Não só os protestantes mas outras seitas e religiões são dogmáticas e se acham que saber a verdade absoluta. Não sabemos verdades absolutas, essa é a verdade. Eu faço meus trabalhos espirituais sim, minhas magias sim, mas nunca vou dizer que sei a verdade, pois sei que a verdade não é absoluta e sim relativa e o sábio nunca dirá que sabe a verdade. Se apegar a livros antigos como sendo a própria palavra de Deus é um dogma que exclui e oprime as pessoas. Deus é muito maior que livros, palavras e até pensamentos. Deus está além de nossa compreensão. Deus pode ser uma coisa, uma energia, uma entidade cósmica, quem sabe a ciência um dia desmascara muitas religiões e descobre que Deus é algo que pode ser explicado sim pela ciência e pela lógica. Chega de intolerância religiosa e de exlusivismo. Deus seja lá oque for não é exclusivo de ninguém e não vai dizer que uns são filhos e outros não. Os que se dizem mais religiosos são os mais perversos pois oprimem, tem preconceito contra outras religiões, crenças, magias, bruxarias seja lá oque for alem de comportamentos humanos que não se enquadram na dita cuja verdade deles. Basta de inlerância, e falo na MACUMBA , mesmo, uso esse termo não como prejorativo mas sim como forma de desabafo contra a maldade de algumas seitas evangélicas e outras religiões exclusivistas."obs:Não vou generalizar pois existem evangélicos que são ótimas pessoas, mas alguns são muito fanáticos" que atacam o Espiritismo, Candomblé, Quimbanda, Wicca e tudo que não são deles, não importa se é bom ou mal mas tem que seguir os dogmas do livro deles. Vamos fazer Macumba mesmo, pois temos direito pela constituição de liberdade de crença e culto e ninguém vai impedir.
Autor:
Gilberto

Intolerância Religiosa

Pessoas diferentes chamam-no por diferentes nomes: para alguns, é Alá; para outros, Deus; outros, ainda, o
chamam de Krishna, Shiva ou Brahman. É como a água no lago. Algumas pessoas a bebem em um local e
chamam-na de jal (hindus). Outras, de uma região diferente, chamam-na de pani (muçulmanos). E há outros, de um terceiro lugar, que a conhecem por water (cristãos). Mas é uma só e sempre

Esse tema é bastante atual, não é mesmo? Aliás, desde muitos séculos esse assunto vem sendo sempre atual na humanidade. Mas por quê? Por que o homem insiste em não admitir alguém que pense diferente, alguém que siga um outro caminho? Temos aqui três razões principais: a minimização da figura de Deus - algo que deveria ter-se como infinito; a análise direta que é feita de uma religião alheia pelos olhos de outra crença, gerando deturpações; e, finalmente, uma atitude que prefere ressaltar sempre as diferenças, e não as semelhanças existentes entre religiões – ou mesmo culturas, poderia se dizer – diferentes.

Deus é algo que transcende qualquer definição que o homem possa tentar criar sobre Ele. É o Criador de tudo o que existe. Desde os átomos de uma gota d`água qualquer do oceano às centenas de bilhões de galáxias existentes, contando, cada uma, com centenas de bilhões de estrelas, muitas delas milhares de vezes maiores que o sol do nosso Sistema Solar. Muitas galáxias, nem mesmo o mais potente telescópio atual é capaz de fotografar (não deixe de clicar aqui para saber o qual ínfimas e grandiosas podem ser as coisas no Universo!). Pois bem, pensemos sobre tal nível de grandeza e transcendência dessa figura que criou tudo isso e escolhemos chamar Deus. Será correto pensar que há apenas um caminho para o homem chegar a Ele? Será correto imaginar que apenas a religião A , B ou C é dona desse caminho?

Muitos insistem em dizer que sim, infelizmente. Reduzem Deus, desse modo, a uma figura quase humana. Uma figura totalmente parcial, que escolhe antecipadamente aqueles que deverão ser salvos por toda a eternidade, sendo estes os que professam essa ou aquela religião. Esquecem que muitos bilhões de pessoas (lembremos de todos que já pisaram no chão desse planeta) sequer tiveram, por meras questões geográficas, possibilidade alguma de contato com a dita única religião pela qual o homem poderia supostamente chegar à salvação, ao paraíso eterno, enfim, à Deus.
A partir dessa forma de pensar ficam as perguntas: seria esse “deus” uma figura de justiça suprema e irretocável, tendo tanta parcialidade assim? Ou devemos apenas agradecer por termos sido “escolhidos” para nascer aqui e hoje, com tanta informação disponível através da Internet e da televisão via satélite, podendo assim ter contato com os ensinamentos de Jesus Cristo? Azar então daqueles que viveram aqui há mais de cinco séculos atrás? Vejam que não é mencionada nesse contexto a existência da reencarnação, que resolve toda essa questão, já que muitas religiões – admitamos com real sinceridade: as mais exclusivistas em questões de salvação – não concordam com isso.
Outro ponto que colabora muito com a intolerância é o fato do homem, muitas vezes, analisar uma religião alheia, talvez até de uma cultura totalmente diversa da sua, através dos olhos de sua própria religião. Com isso, inúmeras simplificações e deturpações são geradas, chegando-se a conclusões do tipo: “tal religião diz isso”, “naquela outra, seus praticantes fazem isso e aquilo”; tudo sob uma total cegueira acerca de conceitos até fundamentalmente básicos destas religiões às quais lança as críticas. Um bom exemplo comparativo ilustra isso: há culturas no oriente onde os homens andam de mãos dadas, em sinal de amizade e respeito entre ambos. Imagine agora que um brasileiro vá para um país que se encaixa nessa cultura, sem conhecimento da mesma. Ele então sai pelas ruas e vê dois homens de mãos dadas. O que pensará? Resposta óbvia: trata-se de homossexuais, dirá. Em seu íntimo ainda poderá pensar: “depravados! Andam assim pelas ruas em plena luz do dia! Onde esse mundo vai parar!?” Tudo porque ele verá e assimilará essa cena pelos olhos da cultura brasileira, deturpando o seu real significado

Além disso tudo, há ainda um último problema: é a busca das diferenças, em detrimento da busca das semelhanças. Todas as religiões fundadas em princípios de amor, bem e solidariedade têm consigo uma parcela de verdade. Mas, como diz um provérbio iraniano: “a verdade é um espelho que caiu das mãos de Deus e se quebrou. Cada um recolhe um pedaço e diz que toda a verdade está naquele caco”. A partir disso muitos pensam: “se tenho comigo toda a verdade em minha religião, procurarei nas outras os pontos onde discordam da minha e apontarei nelas tais blasfêmias e idéias demoníacas. É o meu dever!”. Tanta coisa o homem sequer imagina que existe, mas pensa com convicção que tem aqui e agora toda a verdade absoluta de Deus e do Universo... Quanta pretensão!
Se ao menos o homem parasse para ver os pontos de semelhança e enaltecê-los, deixando as diferenças de lado... Comparativamente, seria como, em um casamento, apesar do sentimento especial que uniu duas pessoas, as mesmas decidirem se divorciar, uma vez que a mulher gostaria muito de ter um aquário em casa, na sala de estar, e o homem achar tal idéia absurda por, em seu pensamento, imaginar que tal coisa traz azar. Não é isso um grande despropósito? É exatamente isso o que ocorre para surgir a intolerância religiosa. O praticante da religião A fica cego para todos os aspectos positivos da religião B - muitos dos quais, diga-se de passagem, são concordantes com a sua religião - mantendo-se apenas em posição de ataque sobre todos os pontos discordantes, inclusive imprimindo uma incansável busca a esses pontos. Às vezes, tal indivíduo chega mesmo a “estudar” algo sobre essa outra religião apenas no intuito de melhor embasar os seus futuros ataques.

E assim ataca-se o Espiritismo, já que o mesmo coloca a existência da reencarnação, não tendo então valor algum suas máximas de vivência no amor e na caridade. Do mesmo modo acha-se absurdo o Hinduísmo - que não é apenas uma religião, mas abrange todo um rico aspecto cultural de um povo - por haver aí a crença em milhares de deuses. Esquece-se (na maioria das vezes, na verdade, ignora-se, mas ainda assim, ataca-se) que há nele o conceito de Brahman (em sânscrito: absoluto): uma divindade suprema, incriada, infinita, transcendente a tudo e indefinível por palavras. A partir de Brahman foram criados os demais deuses, assim como todo o universo. Aí percebe-se que tais deuses se assemelham na verdade aos bons espíritos da doutrina espírita, ou aos anjos da doutrina católica. Agora, meditando um pouco sobre tal conceito de Brahman, pergunta-se: “não daríamos nós a essa figura o nome de Deus

Claro, aqui poderão ainda ser buscadas e enaltecidas, por aqueles que assim sempre procedem, as diferenças conceituais - apesar de estarmos falando de algo que transcende qualquer conceituação - entre Brahman e Deus, em detrimento de todos os outros aspectos. Mas mesmo dentro de uma única religião a conceituação e enfoque do homem sobre Ele mudam, como ocorreu de forma óbvia no Cristianismo: inicialmente um Ser vingativo e (pode-se dizer) rancoroso, ao qual os fiéis deveriam mostrar grande temor – imagem enaltecida ao menos até a Idade Média; mais atualmente um Ser bom e amoroso, o qual os fiéis devem seguir não pelo temor, mas sim por puro e sincero amor. Para Deus haverá ainda diferentes nomes: Alá, Yahveh, simplesmente Deus. Cada religião com seu conceito particular e muitos de seus praticantes realmente crentes que possuem “A Definição Absoluta”, na qual aquele que não crê encontra apenas condenação eterna. Esquecem que Deus (assim como o Brahman do Hinduísmo) transcende toda e qualquer conceituação que se possa fazer - como fora colocado logo acima.

Ainda haverá uma insistência por parte de fulano: “mas e aquelas esculturas estranhas que os hindus adoram? É um absurdo!” Não entrando sequer no simbolismo de tais esculturas, o que por si só pode render um grande livro, apenas pensemos que beltrano poderá dizer para fulano: “mas vocês tem em seus milhares de templos ou em suas casas milhares de estátuas de pessoas diferentes e se ajoelham diante delas! Na Bíblia está escrito que isso é errado!” Fulano talvez ainda diga: “bom, mas pior é ciclano, da religião C . Fica invocando gente morta pra se comunicar... Quanta blasfêmia!”; e nesse ritmo o ciclo perdura...

Até quando o homem preferirá focar o aquário da sala de estar e não o amor da pessoa companheira? Até quando ele julgará que tudo conhece, tendo a partir disso a convicção de que os demais, que pensam de forma diferente, estão errados (condenados)? É propício encerrar esse texto com palavras de Mahatma Gandhi, que são um verdadeiro hino à tolerância religiosa: “acredito na verdade fundamental de todas as grandes religiões do mundo. Acredito que todas elas foram inspiradas por Deus, e que eram necessárias para os povos a quem foram reveladas. Se pudéssemos ler as escrituras das diversas religiões com a cultura dos seguidores daquelas religiões, chegaríamos à conclusão que todas elas estão de acordo nos seus princípios básicos e que são úteis para todos.”